Transportadores internacionais que operam no Terminal Rodoviário da Junta, na capital moçambicana, Maputo, enfrentam uma crise sem precedentes. A causa: a operação “Dudula”, em curso na África do Sul, que tem afetado diretamente o fluxo de passageiros e provocado perdas financeiras significativas.
De acordo com a TV Miramar, os operadores do terminal, muitos passageiros moçambicanos estão a ser impedidos de embarcar ou mesmo expulsos do país vizinho por não apresentarem documentação completa, criando um clima de insegurança e receio.
“Antes, trabalhávamos a 50% da nossa capacidade. Agora, estamos entre 10 a 25%, tornando quase impossível manter três ou quatro viaturas em circulação diariamente”, explicou o porta-voz dos transportadores.
O declínio no movimento de passageiros começou a ser sentido desde Janeiro, quando a operação se intensificou. Desde então, o setor enfrenta dificuldades crescentes:
- Redução drástica de viagens regulares entre Maputo e cidades sul-africanas;
- Diminuição da receita e aumento do risco de insolvência para operadores formais;
- Proliferação de viaturas ilegais, que operam fora dos terminais autorizados, criando desorganização e competição desleal;
- Passageiros desestimulados a viajar devido ao receio de serem barrados ou maltratados.
O porta-voz sublinha que, além do impacto financeiro, a situação gera insegurança jurídica e operacional, dificultando o planejamento de rotas e horários.
Transportadores internacionais apelam a medidas de proteção e diálogo regional, com o objetivo de mitigar os efeitos da operação “Dudula” sobre os viajantes moçambicanos. “A situação está a criar um verdadeiro caos. Precisamos de coordenação entre os governos e de garantias para que os passageiros possam viajar com segurança e regularidade”, afirmou o representante.
Enquanto isso, passageiros expressam frustração com viagens canceladas e incertezas nos horários, apontando para a necessidade de medidas urgentes de mediação e regulação transfronteiriça.