Com uma agenda densa e marcada por fortes simbolismos, o Procurador-Geral da República (PGR), Américo Letela, desembarcou esta semana na província de Inhambane para dar início a uma missão que combina reforço da legalidade, combate à corrupção, fiscalização rigorosa e diálogo aberto com as comunidades locais.
A primeira etapa decorre em Govuro, distrito onde Letela tem priorizado encontros de proximidade, numa clara demonstração de que a Procuradoria quer ouvir para agir. A jornada começou com reuniões estratégicas com a Comissão de Reforço da Legalidade, passando pela Procuradoria Distrital e pelo Estabelecimento Penitenciário, onde o PGR avaliou de perto as condições de funcionamento e o cumprimento das normas jurídicas.
Em declarações à imprensa, Letela sublinhou que a justiça deve “estar mais próxima do cidadão, compreender as suas preocupações e garantir respostas rápidas e eficazes”. Para ele, a presença física nos distritos é mais do que simbólica: é uma mensagem de compromisso e responsabilidade.

Depois de Govuro, Letela seguirá por Inhassoro, Vilankulo, Massinga e Maxixe, distritos com diferentes desafios, mas igualmente estratégicos para a governação judicial. O programa inclui:
- Inspeções minuciosas a estabelecimentos prisionais, verificando as condições de detenção e a dignidade no cumprimento das penas;
- Reuniões operacionais com autoridades locais, visando fortalecer a cooperação interinstitucional;
- Encontros com o SERNIC, PRM e administrações autárquicas, alinhando políticas de combate ao crime;
- Sessões de escuta comunitária, onde os cidadãos poderão expor preocupações diretamente ao Procurador-Geral.
O ponto alto da missão será a visita à Procuradoria Provincial da República, momento em que serão apresentados relatórios de desempenho, discutidas falhas operacionais e traçadas novas estratégias para travar a corrupção e a criminalidade organizada.
Para o PGR, a corrupção não é apenas um problema institucional, mas um obstáculo direto ao desenvolvimento. A sua abordagem passa por unir esforços com autoridades locais, sociedade civil e comunidades, criando um ecossistema de vigilância e prevenção.
Segundo fontes da Procuradoria-Geral, esta visita integra um novo modelo de gestão itinerante, no qual a liderança máxima do Ministério Público vai ao terreno para verificar a realidade com os próprios olhos, reduzir barreiras burocráticas e garantir decisões rápidas.
“Não basta receber relatórios no gabinete. É preciso ir onde os problemas acontecem e agir de forma imediata”, disse Letela, acrescentando que a lei só cumpre o seu papel quando se traduz em justiça efetiva para o povo.
Com este périplo, Letela envia uma mensagem clara: a Procuradoria está em movimento, vigilante e ao lado dos cidadãos. O impacto esperado é não apenas aumentar a confiança da população nas instituições judiciais, mas também criar um clima de segurança jurídica que estimule o investimento e o desenvolvimento económico da província.