Revelações chocantes: PRM detém adolescente de 14 anos que esfaqueou o pai

Tragédia em Moçambique: adolescente de 15 anos confessa ter matado o pai, jurista da Autoridade Tributária, após uma discussão sobre notas escolares. O caso levanta debates sobre violência doméstica, delinquência juvenil e relações familiares.

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Um cenário de horror doméstico abalou a cidade de Mulovote, em Moçambique, quando um adolescente de 14 anos foi detido acusado de assassinar o próprio pai, o jurista André Filipe, de 41 anos, funcionário da Autoridade Tributária.

O episódio aconteceu dentro da casa da família, na presença da mãe grávida e dos irmãos menores, transformando um simples momento de correção paternal num desfecho fatal.

Segundo as informações avançada na TV Miramar, a discussão começou quando o pai chamou a atenção do filho por causa do seu aproveitamento escolar insatisfatório.

O adolescente, em depoimento à polícia, contou que o pai era “violento e agressor habitual” dentro do lar. No dia do crime, teria sentido medo de mais uma agressão.

“Ele bateu a porta, eu peguei numa faca que estava na mesa. Quando levantou a mão para me bater, eu o ameacei. Mas ele aproximou-se, fechei os olhos e o esfaqueei”, revelou o menor.

A cena, presenciada por toda a família, deixou marcas profundas. A mãe, grávida, entrou em estado de choque, enquanto os irmãos, ainda crianças, não conseguiram intervir nem compreender a gravidade do que viam.

O depoimento do adolescente abriu uma ferida maior: a da dupla versão dos factos. Enquanto o jovem descreve o pai como um agressor violento, vizinhos e colegas pintam um retrato totalmente oposto.

Para a comunidade, André Filipe era um homem respeitado, pacífico e prestativo.

“Sempre nos ajudou quando alguém tinha dificuldades. Nunca ouvimos gritos ou sinais de violência doméstica na casa dele. Foi um choque enorme saber que morreu desta forma”, disse um vizinho incrédulo.

Essa divergência de percepções expõe a complexidade do caso: teria o adolescente agido em legítima defesa ou foi um ato impulsivo e desproporcional motivado por ressentimentos acumulados?

O adolescente encontra-se detido pela polícia e, por ser menor de idade, o processo segue para o Tribunal de Menores, onde será analisado sob o regime de responsabilidade penal especial.

Em Moçambique, jovens com menos de 16 anos não cumprem penas de prisão comum, mas podem ser encaminhados para centros de reabilitação juvenil, onde recebem acompanhamento psicológico, educacional e social.

O caso, contudo, terá de provar em tribunal se houve:

  • Legítima defesa, conforme a versão do adolescente;
  • Ou homicídio qualificado, como apontam as circunstâncias relatadas.

Para além do debate jurídico, fica uma realidade dura: uma família desfeita, órfãos em choque, uma mãe grávida destroçada e uma comunidade que luta para compreender como um conflito escolar pode culminar numa tragédia irreversível.

O caso de André Filipe e do seu filho abre uma reflexão nacional sobre a violência silenciosa dentro das casas, o peso da pressão escolar sobre os jovens e os mecanismos de prevenção que a sociedade precisa fortalecer antes que seja tarde demais.

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