Há mais de cinco anos, os semáforos da cidade de Pemba estão apagados — e alguns, simplesmente, desapareceram. A cidade que ostenta a maior baía natural de África vive, diariamente, um cenário de desorganização no trânsito, enquanto as autoridades municipais permanecem em silêncio perante o problema.
Instalados em 2012, os semáforos — poucos e mal distribuídos — nunca chegaram a funcionar de forma eficaz. Mas desde 2019 estão totalmente fora de serviço. Hoje, o que resta são postes vazios, caixas metálicas atiradas ao chão ou estruturas corroídas pelo tempo e pela falta de manutenção.
“Já nos habituamos a viver sem semáforos. É como se nunca tivessem existido”, desabafa um mototaxista da cidade, que diz já ter presenciado dezenas de acidentes nos cruzamentos desordenados.
Outros cidadãos, porém, não escondem a frustração: “É um perigo, principalmente para peões e crianças. E está a deixar a cidade feia, desorganizada.”
O município de Pemba já prometeu várias vezes intervir — mas não cumpriu. De acordo com o jornal O País, a edilidade não se pronunciou sobre o assunto, mesmo após insistentes pedidos de esclarecimento.
Dos cinco pontos com semáforos em toda a cidade, nenhum está operacional. E há cruzamentos importantes onde os equipamentos nunca chegaram sequer a funcionar desde a sua instalação há quase 13 anos.
Sem sinalização eletrónica, Pemba depende exclusivamente da atenção dos condutores e da sorte — num cenário que compromete a segurança rodoviária, a mobilidade urbana e até a imagem turística da capital de Cabo Delgado.