Terrorismo força abandono da criação de gado bovino em Cabo Delgado

Mais de 160 criadores de gado bovino abandonaram a actividade em Cabo Delgado devido ao terrorismo. Número de criadores caiu de 360 para apenas 200.

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A sombra do terrorismo continua a deixar marcas profundas em Cabo Delgado. Cerca de 160 criadores de gado bovino abandonaram a sua actividade devido à insegurança que assola vários distritos da província, revelou esta terça-feira o chefe do Departamento de Pecuária da Direcção Provincial de Agricultura e Pescas, Ramalho Manuel, em entrevista à Rádio Moçambique.

Os distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Macomia, Nangade, Sanga e Ancuabe foram outrora referências no sector pecuário. Hoje, são territórios marcados pelo êxodo rural forçado e pelo colapso da criação animal. Antes da onda de violência, Cabo Delgado contava com 360 criadores de gado bovino. Actualmente, restam apenas 200.

“O terrorismo não destruiu apenas infraestruturas, mas também sonhos e sustento de famílias inteiras”, lamentou Ramalho Manuel, que ainda assim mantém esperança na retoma da actividade com o reforço da segurança e da estabilidade social.

Com o abandono das zonas de criação, muitos animais foram dispersos, vendidos a preços simbólicos ou simplesmente deixados para trás. Além do gado bovino, outras espécies também foram afectadas, comprometendo a subsistência de comunidades inteiras e a segurança alimentar da província.

O impacto em números:

  • 160 criadores desistiram da actividade;
  • 6 distritos fortemente afectados;
  • Redução significativa na produção de carne e leite na região.

As autoridades dizem estar a trabalhar em planos de reassentamento e incentivo à retoma da criação de animais nas zonas seguras, mas admitem que o medo ainda paralisa muitos potenciais criadores.

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