O silêncio do rio Chire foi quebrado no último sábado por mais uma tragédia. Uma mãe e seu filho de apenas um ano estão desaparecidos desde que a canoa em que viajavam naufragou durante uma travessia na localidade de Chimuarra, no distrito de Mopeia.
Segundo informações prestadas por Augusto Dongo, administrador marítimo na província da Zambézia, seis pessoas estavam a bordo da embarcação precária, regressando da machamba, quando o acidente ocorreu. Quatro conseguiram sobreviver, mas a mulher e o seu bebé continuam desaparecidos.
Este é o segundo naufrágio registado em menos de duas semanas nas águas do rio Chire, o que está a causar crescente inquietação entre as autoridades e comunidades locais. Muitos dos habitantes da região utilizam canoas para deslocar-se entre as margens, sobretudo para atividades agrícolas e comerciais.
“Estamos profundamente preocupados com esta nova ocorrência. As condições de segurança não estão a ser respeitadas. Muitas das embarcações são artesanais, sobrecarregadas ou conduzidas por pessoas sem formação adequada”, afirmou Dongo.
As buscas continuam nas margens e ao longo do curso do rio, com apoio de pescadores locais, enquanto as autoridades intensificam as campanhas de sensibilização para travessias seguras.
“Estamos a reforçar a educação comunitária, apelando ao uso de coletes salva-vidas, travessias durante o dia e embarcações apropriadas”, acrescentou Dongo.
A população de Mopeia vive agora momentos de angústia e luto, temendo que a história trágica do rio Chire se repita se medidas mais firmes não forem implementadas.
O rio Chire é vital para as comunidades ribeirinhas da Zambézia, mas a falta de infraestruturas adequadas de travessia continua a representar um risco real para centenas de famílias. A ausência de fiscalização efetiva e equipamentos de salvamento torna os naufrágios um perigo constante.