A semana começou com transportes paralisados no distrito do Dondo, província de Sofala, após operadores de semi-colectivos de passageiros decidirem cruzar os braços em protesto contra o que consideram “excesso de fiscalização” por parte da Polícia de Trânsito (PT) na rota que liga o Dondo à cidade da Beira.
Segundo os transportadores, a presença de vários postos policiais num curto percurso tem causado atrasos nas viagens, prejuízos nas receitas diárias e, acima de tudo, fomentado práticas de cobranças ilícitas por parte de alguns agentes.
“Estamos cansados de parar a cada cinco ou dez minutos para mostrar documentos. Isso não é fiscalização, é perseguição”, lamentou um dos motoristas.
Os operadores defendem que a fiscalização é importante, mas pedem mais coordenação entre as autoridades, de modo a evitar redundância de controlo e abuso de poder.
A paralisação está a prejudicar centenas de passageiros, sobretudo trabalhadores e estudantes que dependem do transporte semi-colectivo para se deslocar diariamente.
Nos principais terminais do Dondo e da Beira, registam-se longas filas, frustração e desinformação. Para muitos passageiros, este é mais um reflexo da fragilidade do sistema de transportes urbanos no país.
“Entendemos o protesto dos motoristas, mas nós é que estamos a sofrer com isso”, queixou-se uma cidadã que esperava transporte há mais de duas horas.
Até ao momento, as autoridades de trânsito e do governo distrital ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto. No entanto, os transportadores afirmam que não retomarão a circulação enquanto não forem recebidos por representantes das instituições competentes.