Tratores serão usados como “Chapas” nas zonas rurais revela Governo

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Numa iniciativa que alia inovação, inclusão social e resposta às necessidades reais das comunidades, o Governo de Moçambique anunciou esta quinta-feira (17) a que vai adquirir 100 tratores com atrelados modificados, especialmente preparados para o transporte de passageiros nas zonas rurais mais isoladas do país.

Trata-se de uma medida concreta que visa combater a crise crónica de transporte público em regiões onde as vias de acesso se encontram praticamente intransitáveis e onde milhares de cidadãos vivem distantes dos serviços essenciais, como saúde, educação e comércio.

Com estradas esburacadas, muita lama durante a época chuvosa e quase nenhuma alternativa de transporte, os tratores adaptados surgem como uma solução prática, resistente e de baixo custo de manutenção, ideal para contextos rurais extremos. Os atrelados foram especialmente desenhados com assentos protegidos, estrutura reforçada e capacidade para transportar com segurança dezenas de pessoas por viagem.

Os dois primeiros tratores e os respectivos atrelados já foram entregues à província de Cabo Delgado, uma das mais afetadas por conflitos, deslocações internas e más condições de acessibilidade. A entrega foi realizada pelo Fundo de Transportes e Comunicações, que coordena a logística e implementação da estratégia, em parceria com governos locais e distritais.

O modelo de transporte misto trator + atrelado não é novo no país. Foi implementado com êxito em 2024 no distrito de Lunga, em Nampula, onde revolucionou a mobilidade de dezenas de aldeias. Lá, os tratores passaram a transportar estudantes, grávidas, comerciantes e doentes para os centros de saúde e escolas, substituindo os precários meios informais.

O sucesso da experiência em Lunga motivou o escalonamento nacional da iniciativa.

Simultaneamente, o Governo prevê ainda a aquisição de 390 autocarros até ao final de 2025 para reforçar o transporte urbano, interurbano e interprovincial, principalmente nas grandes cidades como Maputo, Matola, Beira, Nampula e Quelimane.

Estes autocarros irão substituir frotas envelhecidas e oferecer uma alternativa mais digna e segura ao transporte semi-coletivo informal, que tem sido marcado por lotação excessiva, avarias constantes e insegurança rodoviária.

Embora o custo total da operação ainda não tenha sido revelado oficialmente, o Fundo de Transportes e Comunicações garantiu que todo o investimento será financiado por fundos do Orçamento do Estado. A aposta reforça o compromisso governamental de colocar o cidadão no centro das políticas públicas, especialmente os mais esquecidos no meio rural.

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