Governo Rejeita Escola Construída pelo Município de Quelimane

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Passaram-se três anos desde a conclusão de uma escola moderna e totalmente equipada no bairro Ivagalane, construída pelo Município de Quelimane, mas as suas portas continuam fechadas. O motivo? A recusa do Governo Provincial da Zambézia em integrá-la oficialmente no sistema público de ensino, deixando centenas de crianças sem acesso a um espaço digno para estudar.

A situação voltou a ganhar destaque neste sábado (12), durante uma visita às instalações liderada pelo Presidente do Conselho Municipal de Quelimane, Manuel de Araújo, que esteve acompanhado pelo 2.º Vice-Presidente da Assembleia da República. Visivelmente indignado, o dirigente parlamentar classificou o abandono da escola como “inconcebível” e defendeu a necessidade de um debate urgente em plenário.

“É inaceitável que uma escola construída com fundos municipais, moderna e equipada, esteja fechada, enquanto crianças estudam ao relento, em condições indignas”, afirmou Araújo, acrescentando que tomou conhecimento do caso através de uma reportagem jornalística e decidiu conferir a situação pessoalmente.

A escola dispõe de salas de aula, blocos administrativos, instalações sanitárias e mobiliário, estando pronta para funcionar. Contudo, a falta de um ato formal de aceitação por parte das autoridades provinciais impede que as aulas comecem, penalizando a comunidade escolar local.

O edil apontou a situação como um bloqueio político que prejudica a governação local e recordou casos similares, como a rejeição inicial das ambulâncias adquiridas pelo município — hoje fundamentais para o atendimento de urgência em Quelimane.

“Existe um decreto que concede autonomia aos municípios na gestão das escolas primárias e centros de saúde, mas que continua a ser ignorado pelas autoridades provinciais”, denunciou Manuel de Araújo.

A obra foi financiada no âmbito da cooperação descentralizada entre o Município de Quelimane e o Município de Setúbal, em Portugal, com o objetivo de atender à crescente procura escolar nas zonas periféricas e promover a inclusão social.

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