Manifestação em Angola: Greve dos Taxistas Transforma-se em Guerra Urbana

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Luanda viveu esta segunda-feira (28) um dos dias mais tensos dos últimos tempos. Aquilo que começou como uma greve pacífica de taxistas contra o aumento do preço dos combustíveis acabou por transformar-se num verdadeiro cenário de guerra urbana.

Em vez de buzinas e faixas, as ruas foram tomadas por pedras, gritos e fúria. Lojas saqueadas, veículos queimados, barricadas improvisadas com pneus em chamas e disparos da polícia para dispersar manifestantes. A capital angolana parou – e tremeu.

Milhares de trabalhadores ficaram encurralados, sem transporte para regressar a casa. Alguns optaram por caminhar por horas; outros, simplesmente acamparam nos seus locais de trabalho com medo da violência. Escolas, postos de abastecimento e lojas fecharam, deixando um clima de cidade-fantasma.

O Governo não demorou a reagir: classificou os acontecimentos como “atos criminosos” e “premeditados”. Segundo o Ministério do Interior, os distúrbios visam sabotar o Estado de direito e não serão tolerados.

“Vamos identificar, responsabilizar e levar à justiça os mandantes e executores destes atos”, prometeu o comunicado oficial.

A greve, convocada por associações de taxistas em todo o país, expôs muito mais que o descontentamento com o preço dos combustíveis. Expôs a tensão social latente e a fragilidade de um sistema de transporte público sobrecarregado.

Coincidentemente (ou não), a crise eclodiu no dia do regresso do Presidente João Lourenço ao país, após visita oficial a Portugal. O Palácio Presidencial já reforçou a sua segurança.

A pergunta que fica é: vai o Governo ouvir as ruas ou apertar ainda mais o controlo?
Enquanto isso, os angolanos esperam – e temem – o que pode acontecer no segundo dia desta paralisação.

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