O transporte semi-colectivo na cidade da Matola ficou parcialmente paralisado esta sexta-feira, depois que um grupo de motoristas e cobradores da rota T3-MUSEU suspendeu as suas actividades em protesto contra a detenção de colegas pela Polícia da República de Moçambique (PRM).
Segundo os manifestantes, os profissionais detidos participavam de uma greve pacífica, exigindo melhores condições de trabalho e o fim do que classificam como “perseguições injustas” por parte das autoridades. A resposta da polícia teria sido a detenção de vários chapeiros, gerando indignação no seio da classe.
“Não há como trabalharmos sabendo que os nossos irmãos estão presos. Vamos retomar as actividades apenas quando forem soltos”, disse um dos representantes do grupo, que preferiu não se identificar por receio de represálias.
A paralisação teve impacto direto na mobilidade urbana, deixando centenas de passageiros sem transporte alternativo e causando longas filas nas paragens. Muitos trabalhadores e estudantes viram-se obrigados a recorrer a soluções improvisadas para chegar aos seus destinos.
De acordo com os moradores da Matola e bairros vizinhos, esta não é a primeira vez que os transportadores da rota T3-Museu se manifestam. Queixam-se de exigências abusivas por parte das autoridades de trânsito, como multas elevadas, falta de locais apropriados para estacionamento e pressão para cumprir horários sob risco de apreensão das viaturas.
Até o momento, a PRM ainda não se pronunciou oficialmente sobre o número de detidos, nem sobre os termos da sua actuação durante o protesto.