A Polícia da República de Moçambique (PRM) deu mais um passo firme no combate ao tráfico internacional de drogas, ao deter, na manhã de ontem, um cidadão nigeriano de 48 anos no bairro Malhangalene, cidade de Maputo. Na posse do suspeito, os agentes encontraram 89,8 quilogramas de uma substância em pó branca, que as autoridades acreditam tratar-se de metanfetamina.
A apreensão insere-se no quadro da operação “Charuto”, um plano operacional de larga escala voltado para identificar, neutralizar e desmantelar cadeias de fornecimento e consumo de estupefacientes em Moçambique.
Segundo Daniel Macuácua, chefe do Departamento de Relações Públicas da PRM na cidade de Maputo, o indivíduo estava a regressar da África do Sul no momento da abordagem policial. A droga, presumivelmente originária daquele país, estava acondicionada em 89 pacotes plásticos de um quilograma cada, meticulosamente selados para facilitar o transporte e dificultar a deteção.
“O detido já possui antecedentes criminais ligados ao tráfico. As investigações em curso visam identificar outros elementos da rede e rastrear todo o percurso da substância, desde a sua origem até o destino final”, afirmou Macuácua.
Ao ser confrontado, o cidadão nigeriano alegou que a droga pertencia a um amigo e que apenas teria ajudado a embalar a mercadoria. Contudo, para a PRM, os indícios apontam para envolvimento direto numa rede organizada, com ramificações que atravessam fronteiras.

As autoridades prosseguem com diligências investigativas, incluindo o rastreamento de comunicações, movimentações financeiras e possíveis cúmplices que operem tanto dentro de Moçambique como no exterior.
A metanfetamina é uma droga sintética altamente viciante, conhecida pelos seus efeitos estimulantes potentes e devastadores para a saúde física e mental. O seu consumo prolongado pode causar danos cerebrais irreversíveis, problemas cardiovasculares e comportamentos agressivos.
Moçambique tem sido utilizado como rota estratégica para o escoamento de drogas entre a Ásia, América Latina e mercados consumidores na Europa e África Austral. A localização geográfica e a extensão das fronteiras tornam o país vulnerável a este tipo de criminalidade.
A operação “Charuto” tem mostrado resultados significativos nos últimos meses, com apreensões recordes e várias detenções de indivíduos ligados ao tráfico internacional. As autoridades prometem intensificar as ações, investindo em cooperação internacional e tecnologia de vigilância para reduzir a entrada e circulação de drogas em território moçambicano.
O caso segue agora para o Ministério Público, que irá conduzir o processo judicial contra o suspeito. Caso seja provada a sua culpa, poderá enfrentar penas severas previstas na legislação moçambicana.