Crise de água revolta moradores de Mussumbuluco e Liberdade na Matola

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Imagine acordar todos os dias sabendo que a torneira da sua casa vai continuar seca. Que o banho, a cozinha e a limpeza terão que esperar — ou pior, serem substituídos por água incerta de um poço improvisado no quintal, com sabor de sal e riscos à saúde.

Esta é a rotina amarga dos moradores dos bairros Mussumbuluco e Liberdade, na Matola. Há nove meses, as torneiras estão mudas, e a única fonte de água potável virou um luxo cada vez mais distante.

Na ausência de alternativas, os residentes têm escavado poços artesanais, muitos dos quais fornecem água salobre, imprópria para consumo humano e potencialmente prejudicial à saúde. A medida é desesperada, mas é a única forma de manter alguma dignidade frente à escassez que já se tornou rotina.

“Fui obrigado a abrir um poço no quintal. Mas a água é salgada. E mesmo assim, é o que temos”, lamenta Alberto Muchanga, residente em Mussumbuluco.


Enquanto as famílias improvisam soluções perigosas para sobreviver, as contas continuam a chegar — com valores elevados, segundo os moradores. Um paradoxo doloroso: sem água, mas com faturas mensais.

E como se não bastasse a seca literal, há também a seca emocional: “Já nem temos esperança”, desabafa uma moradora, enquanto observa o filho, balde na mão, caminhar mais uma vez em busca de água.

O bairro da Liberdade, também no município da Matola, vive o mesmo cenário. Aqui, como em Mussumbuluco, a solução tem sido a mesma — água de poço, entre riscos de contaminação e doenças, como cólera ou diarreias agudas.

A responsável pela área da FIPAG — Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água — prometeu pronunciar-se está segunda-feira. A comunidade aguarda, com baldes cheios de indignação e vazios de água.

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