Numa acção de retaliação face à alegada morosidade na electrificação da região, a comunidade de Changuane, no distrito de Mandlakazi, decidiu interditar o acesso à lagoa local, fonte principal de captação de água potável que abastece a vila-sede. A medida drástica poderá afectar mais de 30 mil habitantes, mergulhando a região numa potencial crise hídrica sem precedentes.
A população alega que a Administração de Infra-estruturas de Águas (AIAS) não cumpriu com a promessa de disponibilizar fontes de energia eléctrica para a área, necessárias para a operacionalização de sistemas de bombagem de água. Em protesto, fecharam o acesso à lagoa de Changuane, uma acção que levanta sérias preocupações sanitárias e humanitárias.
Durante uma visita de emergência ao local, o Secretário de Estado em Gaza, Jaime Neto, reconheceu a gravidade do problema e prometeu interceder junto das autoridades competentes para encontrar soluções urgentes que satisfaçam ambas as partes e restabeleçam o abastecimento de água.
“O acesso à água é um direito fundamental. Vamos trabalhar para resolver esta questão com brevidade”, declarou Jaime Neto.
A tensão em Mandlakazi é um reflexo dos desafios crónicos no fornecimento de serviços públicos básicos nas zonas rurais de Moçambique, onde promessas adiadas acabam por acender o pavio da insatisfação popular.